Caros leitores, como sabem, juntamente com um amigo, encontro-me numa pequena investigação sobre o concelho de Ourém, a fim de desenhar pequenas relíquias (não chegará a ser uma por freguesia), para a exposição Encontrar Ourém que estará patente na Galeria Municipal de Ourém no próximo mês de Outubro.
Como tal, muitas têm sido as caminhadas por trilhos comuns e desconhecidos que por vezes levaram a vivenciar experiências visuais magnificas. Moramos numa terra linda, mística e por vezes nem reparamos nisso.
A última experiência (quase sobre natural) aconteceu na passada semana junto à Capela se São Sebastião.
Por entre Olival e Vinhas, no caminho de terra que nos leva até à Melroeira, deparo-me com dois vultos de um animal que nunca vira antes. Paralisada, ali fiquei observando. Uma fêmea, que se apercebeu da presença de um intruso e uma cria que brincava junto ao pé de uma videira. Tratava-se de uma lontra de rio, mas não conseguia acreditar em tal espécie na freguesia da Atouguia. Foi por isso que contactei o Biólogo José Manuel Alho que de facto confirmou tratar-se de tal animal.
A lontra adulta pode medir de 55 a 120 centímetros de comprimento e pode pesar até 35kg. As suas famílias são compostas por fêmea e crias, sendo que os machos não vivem em grupo. De hábitos nocturnos, as lontras adoram dormir na água durante o dia, sendo que caçam durante a noite. Curiosamente, estes animais conseguem assobiar, chiar e guinchar.
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Crias de lontras do rio - fotografia por José Manuel Alho |