15 setembro 2013

Francisco Vieira de Figueiredo (Zambujal)


Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes de Ourém.
Quarta-feira, 17 de Novembro de 2010
Quem foi Francisco Vieira Figueiredo?
Um mercador oureense nos mares do Oriente
Francisco Vieira Figueiredo nasceu no Zambujal, Concelho de Ourém, nos começos do século XVII. Por volta de 1622 partiu para a Índia, transferindo-se posteriormente para a actual Indonésia. Viveu, pois, no contexto da dominação filipina e dos ataques desencadeados pelos holandeses às possessões portuguesas naquelas paragens.
Para falar acerca do oureense Francisco Vieira Figueiredo, o Museu Municipal de Ourém leva a efeito no próximo dia 3 de Dezembro, pelas 21h30, mais uma iniciativa: “À conversa com António Rodrigues Baptista e Sérgio Ribeiro sobre Francisco Vieira Figueiredo, um ilustre cidadão do Zambujal”. Uma iniciativa a não perder.
Entretanto, publicamos aqui um artigo de Paulo Jorge de Sousa Pinto que se transcreve com a devida vénia do blog “Carreira da Índia”, em  http://carreiradaindia.net/

Uma das facetas mais interessantes da história da presença portuguesa no Oriente nos séculos XVI e XVII é a história dos que daqui partiram em busca de uma vida melhor, esperando encontrar na Índia formas de enriquecer e escapar à pobreza em que viviam em Portugal. A verdade, porém, é que raramente conhecemos com algum pormenor tais biografias. A vida dos vice-reis ou governadores, de grandes figuras da nobreza ou de grandes guerreiros é bem mais fácil de traçar. Sobre a história individual dos de origem humilde, mesmo que por lá tenham enriquecido, há geralmente pouco a relatar. Uma das excepções a esta regra é Francisco Vieira de Figueiredo. Outro motivo adicional de interesse acerca desta figura é o facto de ter vivido numa época já distante dos primeiros tempos áureos do Estado da Índia, marcada, pelo contrário, pela recessão e pelas dificuldades crescentes que os portugueses sentiam no Oriente face a outras potências europeias, como os holandeses ou os ingleses. É, assim, desta figura excepcional que vamos hoje falar, traçando as principais etapas da sua vida e da sua importância para a história da presença portuguesa na Ásia.

Francisco Vieira de Figueiredo nasceu no Azambujal, perto de Ourém, algures nos princípios do século XVII. Era de origem humilde, sabendo-se apenas ter sido o seu avô pedreiro de profissão. Partiu para a Índia como muitos outros no seu tempo: jovem, sem dinheiro e provavelmente alistado como soldado para servir no Oriente. Tal terá ocorrido em 1622 ou 1623. Nada se sabe dos primeiros anos de estadia na Índia. Provavelmente, suportou as privações inerentes à dura vida de soldado, mas cedo terá preferido esquivar-se a tais dificuldades passando a estabelecer-se como mercador, o que sem dúvida lhe alargava consideravelmente os horizontes. Alguns anos mais tarde vamos encontrá-lo já como mercador estabelecido na costa do Coromandel, ou seja na costa oriental indiana onde os portugueses ainda possuíam algumas pequenas cidades costeiras, nomeadamente Negapatão onde Figueiredo viveu durante alguns anos.

O Estado Português da Índia vivia nesta altura momentos particularmente difíceis. Desde os finais do século XVI que holandeses e ingleses haviam chegado aos mares do Oriente, procurando também eles buscar a fonte dos ricos produtos asiáticos que os portugueses haviam sido os primeiros a contactar directamente. Inicialmente virados unicamente para o comércio, quer os holandeses quer os ingleses foram a pouco e pouco competindo directamente com os portugueses, acabando por atacar directamente as armadas e cidades portuguesas. Estando nesta altura sujeito a Espanha, Portugal não possuía força suficiente para enfrentar tão poderosa ameaça aos seus interesses asiáticos. A Restauração da independência nacional, em 1640, poucas melhoras pôde fazer à situação que se apresentava cada vez mais difícil. Os holandeses eram quase senhores absolutos dos mares do Extremo Oriente, continuando a atacar os navios e cidades portuguesas. É neste cenário que irá sobressair a figura de Francisco Vieira de Figueiredo.

Francisco Vieira de Figueiredo não foi um guerreiro, nem praticou feitos heróicos que merecessem louvores especiais. O seu papel no seio do conflito luso- holandês foi, no entanto, de primeiro plano. Por volta de 1642, Figueiredo transfere-se da Índia para o sultanato de Macassar, na actual Indonésia, que passa a ser a sede dos seus negócios. Macassar, nesta altura já um reino muçulmano, protegia os potugueses, partilhando a mesma aversão aos holandeses e às suas pretensões monopolistas. É preciso entender que estes eram agora senhores quase absolutos daqueles mares, sobretudo após terem conquistado Malaca aos portugueses. Um mercador português como Vieira de Figueiredo, que vivia do comércio marítimo de longo curso, entre esta região, a Índia e a China, vivia sob permanente ameaça das armadas holandesas. A sua suprema habilidade foi a de conseguir estabelecer as melhores relações com o sultão de Macassar, que os holandeses não se atreviam a desafiar abertamente. Este sultão, aliás, para além da simpatia que sentia pelos portugueses, falava português, assim como muitos da sua corte. Figueiredo, através da sua ligação ao sultão, conseguiu diversos vistos para os seus navios junto dos holandeses, chegando mesmo a viajar directamente para Goa, como emissário do sultão, não tendo os holandeses outro remédio senão facultar a passagem dos seus navios.

A habilidade deste português levou-o mesmo a ser bem recebido pelas autoridades holandesas em Batávia, hoje Jakarta. Este bom relacionamento foi, porém, de curta duração. Os holandeses deixaram de ver com bons olhos o crescimento do poder e influência deste homem, pelo que, aproveitando o fim de um período de tréguas com Portugal, passaram a atacar os seus navios. Figueiredo respondeu à letra, convencendo o sultão de Macassar a fazer guerra aos holandeses. Não levou, porém, a melhor, sendo obrigado a pedir a paz pouco depois. Instalou-se assim um clima de desconfiança e tensão entre este homem e os holandeses, como descreve numa carta ao vice-rei português:

“[os holandeses] fazem-me grandes cortesias e desejam muito de se meter comigo; eu lhes faço as mesmas com grande cautela, porque de Jacarta tenho aviso de quem sabe de seus conselhos, me não fie deles por nenhum caso, e que veja como aceito seus brindes, suposto que eu não bebo vinho; se o embaixador me convidasse à sua nau, que não fosse. Tudo o experimentei, porque me convidou, e escusei-me (…)”

Durante vários anos, Francisco Vieira de Figueiredo continuou a promover as actividades anti-holandesas, em colaboração com o sultão de Macassar. Fê-lo inteiramente por sua conta e risco, já que não recebeu nenhum tipo de apoio por parte das autoridades portuguesas a quem, na verdade, as suas acções muito convinham. Em 1660, finalmente, as autoridades holandeses decidiram-se a eliminar de vez este incómodo adversário, atacando Macassar e forçando todos os portugueses a abandonar o reino. Manobrando com grande habilidade junto do governador holandês, Figueiredo conseguiu pemanecer durante mais alguns anos. É por esta altura que o rei de Portugal o nomeia para a Ordem de Cristo, como reconhecimento pelos serviços prestados. Tal não deixou de suscitar algumas invejas: diziam muitos que a sua origem humilde o impedia de receber tal honra, já que a mesma estava destinada a pessoas de qualidade, como se dizia na época, ou seja, fidalgos. O parecer acabou por lhe ser favorável, não antes de se averiguar não possuir sangue judeu nem mouro.

Francisco Vieira de Figueiredo viveria pouco mais. Em 1665, decididamente fartos desta figura, os holandeses obrigaram-no a deixar Macassar, instalando-se então em Larantuca, não longe de Timor. Aqui viria a morrer dois anos depois. A ele se deveu, para além do fortalecimento das raízes portuguesas na região, a manutenção do comércio de diversos produtos locais nas mãos dos portugueses. Mais importante, num processo que se estende até aos nossos dias, foi o seu contributo decisivo para o reforço da presença portuguesa em Timor, que os holandeses nunca conseguiram eliminar.


Paulo Jorge de Sousa Pinto – texto de apoio a programas de rádio sob a designação ”Era uma vez… Portugal”, emitidos entre 1993 e 1996 pela RDP-Internacional, em associação com a Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

01 novembro 2012

Dia do bolinho ou Pão por Deus...


Em Portugal, no dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão-por-deus de porta em porta. As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’ ou 'Dia do Bolinho'.
Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756, 1 ano após o terremoto que destruiu Lisboa em 1º de Novembro de 1755. Nesse evento morreram milhares de pessoas e a população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso (1 de Novembro), de forma espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dado grassar a fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por Deus".
Esta tradição perpetuou-se no tempo, sendo sempre comemorada neste dia e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.
Até meados do séc. XX, o "Pão-por-Deus" era uma comemoração que minorava as necessidades básicas das pessoas mais pobres (principalmente na região de Lisboa). Noutras zonas do país, foram surgindo variações na forma e no nome da comemoração. A designação indicada acima (Dia dos Bolinhos) em Lisboa nunca foi utilizada, nem era sequer conhecido este nome.
Nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, a data passou a ser comemorada, mais de forma lúdica, do que pelas razões que criaram a tradição e havia regras básicas, que eram escrupulosamente cumpridas:
§  Só podiam pedir o "Pão-por-Deus", crianças até aos 10 anos de idade (com idades superiores as pessoas recusavam-se a dar).
§  As crianças só podiam andar na rua a pedir o "Pão-por-Deus" até ao meio-dia (depois do meio-dia, se alguma criança batesse a uma porta, levava um "raspanete", do adulto que abrisse a porta).
A partir dos anos 80 a tradição foi gradualmente desaparecendo e, atualmente, raras são localidades onde se pratica esta tradição. Em Fátima, por exemplo, esta tradição continua bem viva.

A.R.C.A em movimento


27 maio 2012

Pastelaria da Farmácia...



Na Atouguia abriu já a algum tempo um novo espaço muito acolhedor, onde poderá tomar o pequeno almoço, lanche, tomar café, com pastelaria variada e pão sempre quente. Desejo há gerência deste espaço muito sucesso.

14 maio 2012

Vozes da terra

Apesar de mão ser realmente natural de Atouguia, as suas raizes são de cá. Por isso aqui fica a sugestão para o serão de 26 de maio.

04 abril 2012

Exposição Coletiva


Amanhã inaugura a exposição coletiva na Galeria Municipal de Ourém (Centro Histórico) às 18.30H.
A reabertura da Galeria é marcada por esta exposição que reúne obras de artistas que nasceram em Ourém ou que adoptaram esta terra como local de eleição para viver.
Esperemos que a população da Atouguia dê o inteiro apoio com a presença nesta exposição uma vez que a maioria dos artistas representados residem nesta freguesia.
A exposição estará patente até dia 6 de maio.

09 janeiro 2012

UM BOM ANO PARA TODOS

Apareço aqui hoje apenas para desejar, já um pouco atrasado, mas ainda a tempo, um Feliz Ano para todos os atouguienses.
Ao mesmo quero dar os meus parabéns às pessoas que têm feito publicações nesta página.
Parabéns e continuem assim que têm estado 5 estrelas.

01 janeiro 2012

Herbário da Nossa Terra - Camélia

No início do novo ano, decidimos trazer ao blogue um pouco de cor. Apesar de tudo, e preciso que não falte alegria e cor.
Basta passar na estrada principal da Atouguia para captar o encanto desta planta cuja floração acontece no Inverno, dando um tom especial à paisagem quotidiana.
A camélia é uma planta especial várias razões. É um arbusto formado por uma folhagem brilhante que se mantém firme o ano todo e, nos meses que correspondem ao outono e inverno, cobre-se de uma floração encantadora que não nos é indiferente. As flores, exuberantes, podem ser brancas, rosadas ou vermelhas e servem tanto para enfeitar o jardim como decorar ambientes internos.
Dentro de casa, as flores colhidas podem durar vários dias, desde que não se toque nas pétalas. Quando tocadas, as pétalas da camélia cobrem-se de manchas alaranjadas.
As folhas, resistentes e brilhantes, são também muito decorativas e excelente acompanhamento até para outras flores, funcionando como uma bonita folhagem em arranjos florais. Para que durem bastante, uma boa dica é deixar os galhos com as folhas imersos profundamente em água, durante poucos minutos. Mas atenção: faça isso apenas com as folhas e nunca com as flores.

Camélia - Atouguia

pormenor

25 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Ruscus aculeatus

Porque hoje é Natal, trago-vos a imagem do Ruscus aculeatus, vulgarmente conhecido como Gilbardeira. Esta planta, que nos relembra automaticamente o Natal ,pela sua cor e forma, está presente nas florestas da nossa freguesia, em especial as que são compostas por sobreiros ou azinhas, e é comum ver, nas casas, jarras com esta planta, em forma de ornato,nesta época do ano. Este pequeno arbusto é ainda conhecido como Gilbarbeira, Azevinho-menor, Rusco, Pica-rato ou Erva-dos-vasculhos.
Esta planta tem um grande interesse medicinal devido às propriedades do seu rizoma, porém, as bagas da gilbardeira não devem ser consumidas, pois podem provocar vómitos, diarreias e convulsões.


Gilbardeira - Cubo

pormenor



Em nome de todos os colaboradores, o blogue Atouguia Sempre deseja, a todos os leitores, votos de um Feliz Natal, em família e com tradição. Aproveitamos para desejar um Novo Ano de esperança.
 

18 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Carvalho

Os passeios desta semana fizeram com que a nossa atenção se debruçasse sobre as várias travessas e ruas na nossa Freguesia que têm como nome Carvalhal. 
O Carvalho é o nome comum para designar algumas das várias espécies de árvores do género Quercus. Estas árvores de grande porte dão o fruto que conhecemos pelo nome bolota.
Também chamada de glande, a bolota é um fruto seco. Contém uma semente no seu interior. Esta é formada por pericarpo – tegumento castanho envolvendo o embrião – formado por cotilédones, radícula e caulículo finalizado por uma gémula.
Cotilédones, carregados de amido, são nutritivas e usadas pela planta como reservas, para desenvolver a radícula e a gémula, especialmente se a glande estiver em solo húmido e num ambiente iluminado. A radícula sai da extremidade da glande, enterrando-se no solo. O caulículo dirige-se para cima e a gémula origina um novo caule. Como os cotilédones ficam no chão, esta germinação é hipógea. A planta pode ainda continuar agarrada à glande durante dois anos, esgotando as reservas. A raiz ramifica-se, formando um gavião (raiz principal) que originará as raízes secundárias, assegurando uma boa fixação e absorção de nutrientes. Esta é ampliada pela simbiose entre o carvalho e filamentos (hifas) de fungos – formando micorrizas. O caule desenvolve-se no ar, alonga-se, ramifica-se (devido ao abrolhamento dos gomos terminais e axilares) e engrossa, formando um vigoroso tronco (de vinte a vinte e cinco metros de altura) com uma poderosa copa no topo. O diâmetro do tronco (que pode atingir até sete metros) é consequência da junção de dois meristemas laterais: câmbio (entre a parte lenhosa e a parte liberina, que contribui para o crescimento interno, formando lenho; para o lado externo forma líber secundário) e câmbio suberoso (casca ou zona cortical). Daí o aparecimento de círculos concênctricos.
A armadura lenhosa e sólida constitui a madeira secundária que suporta a árvore. Nalguns climas o desenvolvimento interrompe-se no Inverno; explode na Primavera e diminui no Verão e Outono. O câmbio suberoso é responsável pelas formações secundárias, como a cortiça. As camadas periféricas (líber e cortiça, por exemplo) são a casca, que se divide, distende e fendilham devido às pressões interiores, à medida que envelhece.
O seu crescimento é lento, prolongando-se por algumas centenas de anos.
É uma árvore de folha caduca e passa por repouso durante o Inverno. Com o regresso da Primavera vêm novas folhas e desenvolvimento (contudo, outras espécies da família do carvalho têm as folhas persistentes, como os sobreiros). Aos quarenta anos inicia a sua floração, repetindo todos os anos. Tem muitas flores masculinas e femininas, todas diminutas e esverdeadas. Cada flor feminina pode originar uma glande.
Contudo, ao fim de longos anos, deixa de crescer e prossegue com pequenas florações e frutificações de sementes. Aproxima-se o seu fim. As raízes deixam de absorver o necessário ao seu crescimento e manutenção; a copa não expõe grande parte das folhas ao sol e o tronco não pode suportar cargas cada vez maiores. Pior alimentada, é alvo de fungos e outras infestações que a debilitam, perfurando-lhe o tronco, transformando-o em celulose sem resistência. Acaba por tombar, vencido pelos anos.




11 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Romãs e Romãzeira

Durante a procura de temas para as "Terras de Oureana",  encontrámos uma romãzeira digna de ser partilhada. Desta vez, num extremo do Zambujal, encontrámos o Zé Broa que nos abriu as portas e fez questão dar a conhecer a sua belíssima árvore de fruto e de provar esta fruta digna dos deuses, abençoada por estas terras de Oureana.
Originária da Ásia, esta árvore tem tradição milenar. São inúmeras as lendas associadas ao fruto, que aparece também na bíblia ligado sempre à sua simbologia relacionada com a fecundidade.
Além de planta frutífera, a romãzeira é muitas vezes plantada apenas como árvore ornamental, e é por isso que esta planta tem vindo a fazer parte dos quintais ou jardins por toda a Freguesia.

Esta planta e fruto oferecem-nos inúmeros benefícios.
A romã é rica em vitamina A, que ajuda a manter a pele bonita e saudável e ajuda a visão. Também é rica em vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6), que auxiliam a circulação, aumentam a resistência às infecções, facilitam a eliminação de líquidos, previnem o stress. Contém também pequenas fracções de ferro e cálcio.
 É ideal para acalmar cólicas e diarreia, inflamações da boca e amigdalites (a partir de uma infusão com a casca seca da romã), abcessos, ténias ou mesmo na prevenção das varizes.






04 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Laranjas

Em pleno Outono, o cheiro a Inverno aproxima-se. Com o tempo frio, além da bela lareira, apreciam-se as frutas de época.
O passeio de hoje mostrou-nos um colorido diferente nas paisagens da nossa freguesia. Pela Atouguia podemos ver laranjeiras, em quase todos os quintais, carregadas de fruto, acrescentando, ao verde característico das terras nesta altura, a cor de laranja, que curiosamente deriva directamente da cor deste fruto.
A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas "portuguesas" em vários países, especialmente nas Bálcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialectos italianos.
Na nossa freguesia é comum ver a chamada laranja-da-bahia. Esta variante do fruto que conhecemos, surge de uma mutação feita pelos portugueses no Brasil. A principal característica destas laranjas é terem menos grainhas e terem um floreado de gomos internos mais pequenos, visiveis na composição exterior da casca, que apresenta na parte posterior um pequeno floreado.
A laranja além de rica em vitamina C, contám por cada 100gr os seguintes valores nutricionais:
  • Calorias - 65kcal
  • Proteínas - 0,6g
  • Gorduras - 1g
  • Vitamina A - 195 U.l.
  • Vitamina B1- 135 µg
  • Vitamina B2 - 150 µg
  • Vitamina B3 - 0,25 mg
  • Vitamina C - 48 mg
  • Cálcio - 45 mg
  • Potássio - 36 mg
  • Fósforo - 21 mg
  • Sódio - 13 mg
  • Enxofre - 11 mg
  • Magnésio - 8 mg
  • Cloro - 2 mg
  • Silício - 0,45 mg
  • Ferro - 0,2 mg
Laranjeira - Atouguia

pormenor

pequeno laranjal na Atouguia

20 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Alecrim aos molhos

Corre um cheiro a alecrim pelo ar. Na zona da Alvega, Galegas, Cerimónia e Escandarão, encontramos estes pequenos arbustos que além de adornar o espaço natural com as suas folhas perfumadas, nos contemplam nesta altura com as suas lindas flores em tom de azul/lilás.
Esta planta pode ter de 50 a 200cm de altura. As suas folhas são finas e esguias, lembrando a caruma, sendo de um lado verdes e do outro de cor cinzenta.
Os benefícios, que esta planta nos dá, são imensos. Lembro que comecei a dar especial importância ,a esta planta, quando estava na faculdade e precisei de um estimulante para a memória. Aconselharam-me tomar chá de alecrim a noite. Pesquisei um pouco mais e descobri que o alecrim é no fundo o ginseng português, uma vez que tem o mesmo efeito, sendo muitíssimo mais económico. 
O Alecrim tem aplicações muito vastas: utiliza-se para as doenças nos rins, pedra na bílis ,vómitos, vertigens e tonturas, indigestões, anemia, reumatismo, diarreia, sistema imunitário, epilepsia, vesícula, cansaço, memória, entre outros. É anti-séptico. Pode utilizar-se em lavagens, para problemas de pele (juntamente com outras plantas) e usa-se também como tónico capilar e, junto com a salva, para combater a caspa; Tal como o ginseng, é estimulante, favorece a actividade mental (memória), ritmo cardíaco, para problemas de hipotensão (pressão arterial baixa) mas também utiliza-se para os nervos, stress e ansiedade. Nos melhores tratamentos para os nervos e stress utilizam-se estimulantes de manhã e calmantes ao fim da tarde. 
Como chá, o alecrim tem um sabor um pouco amargo e é quente, ou seja, tem uma acção fortificante e aquecedora sobre todo o organismo, particularmente o aparelho digestivo, revigorando e aumentando a disposição e a energia, agindo como um anti-depressivo nos casos de esgotamento físico e mental. Combate a diabetes e tem propriedades anti-reumáticas. Alguns dizem que tomado quente acalma a tosse.Também activa as funções do pâncreas e estimula a circulação. 
Externamente, serve para desinfetar feridas e ajudar na cicatrização. 

Para asma: fumo de alecrim ( reduzir a pedaços pequenos as folhas secas. Fazer cigarro e fumar quando ameaçar ataque de asma).  
Para reumatismo, eczemas e contusões: folhas cozidas no vinho usadas externamente.  
Anti-séptico bucal: infusão comum.  
Para sarna: infusão bem forte aplicada externamente.  
Cicatrizante de feridas e tumores: folhas secas reduzidas a pó ou suco.  
Como medicação, só se utilizam folhas de alecrim.  
Galhos floridos secando num vaso na casa estimula a memória. 
Uso caseiro: Insecticida natural, plantado na horta protege as outras plantas.  
Ramos de alecrim frescos, colocados entre as roupas defendem-nas de ataque de traças. 
Desinfectante de alecrim: ferver folhas e pequenos caules de alecrim durante meia hora. 
Quanto menos água mais concentrado será. Espremer e usar para limpar louças e casas de banho. Para desengordurar melhor, misturar um pouco de detergente. Guardar no frigorífico dura uma semana. 
Aromaterapia: o óleo essencial de alecrim é utilizado para dores musculares, reumatismo,artrite. 

O uso popular consagra o alecrim como remédio infalível para curar anemias, assim: 
colher um ramo de alecrim, juntar um copo de água (cerca de 200 ml) e deixar ferver durante 5 a 10 minutos, em lume brando. Deixe repousar durante 10 minutos, coar e beber meia chávena todas as manhãs, em jejum, mantendo no frigorífico. 
Repetir este tratamento 5 vezes (cerca de 1 litro de chá) consegue-se curar qualquer anemia.


Tratamento testado para Tonturas e Sequelas de Derrames
Preparar um chá com:
  • Três cravinhos ou cravos-da-índia, sem cabeça.
  • Uma colher de chá de alecrim
  • Uma colher de chá de erva-doce
Tomar à noite antes de dormir.


O Alecrim pode ainda ser usado como tónico capilar e para a caspa. Para isso, faça um chá bem forte com alecrim e salva e juntar ao champô, na proporção de um quarto de chá para um frasco de champô. Pode também preparar uma tintura de alecrim e juntar 10 ou 15 ml ao champô.
O alecrim parece ter a particularidade de adaptar o nosso sistema imunológico, adequando as respostas às necessidades do organismo, pelo que tem excelentes resultados nas doenças auto-imunes. 
Porém, o chá de alecrim é um gosto desagradável, se for o seu caso e não gostar do sabor, juntar um pouco de erva-doce. O chá com estas duas plantas é óptimo também para combater o mau hálito, no entanto, não é aconselhável a pessoas hipertensas.


Alecrim

13 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Hortelã da Horta

Hoje foi o Magusto no S. Gens, e após uma tarde de inverno a comer castanhas, sabe bem chegar a casa e comer um caldinho com o belo cheiro e sabor a hortelã. 
A hortelã é uma planta aromática originária da Ásia, cultivada por todo mundo. Como tal existem diversas variantes da planta. A que conheço desde pequena tem o aspecto idêntico ao da fotografia. Por vezes confundia a hortelã com a cidreira, mas bastava tocar na planta para o cheiro me dar a certeza de qual das duas plantas estava a agarrar.
De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se a propriedade de mentol, anti-bacteriana, característica desta planta, cujas acção no combate a constipações é possível apenas com o inalar dos vapores obtidos com uma infusão de hortelã. A  hortelã pode ainda aliviar dores musculares, por excesso de exercício físico. É ainda um excelente estimulante, auxiliando na digestão. O chá feito de hortelã é um óptimo calmante, aliviando nervos, vómitos por ansiedade, etc.
Esta planta é ainda belíssima para aromatizar saladas, sejam de legumes, frutas ou mistas, sopas, ervilhas, um chá gelado ou quente.....Com reputação de refrescar o hálito e facilitar a digestão, a hortelã pode considerar-se uma excelente companhia quer de Inverno, quer de Verão. 

hortelã

10 novembro 2011

Magusto - Campo de S. Gens, Pinhel


No próximo Domingo, dia 13 de Novembro, o S. Gens organiza mais um convívio. Desta vez o tema é o magusto, e castanhas assadas não irão faltar. A partir das 16 horas.... já sabem!

06 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Acelgas

Hoje, durante um passeio pedestre, cruzámo-nos com as acelgas. É uma planta muito comum na nossa freguesia, até mesmo concelho, utilizada na gastronomia local, em especial na zona da serra.
Podemos ver pelas imagens que a planta se assemelha quase à forma de uma couve, mas o seu porte é mais pequeno.
Esta planta/hortaliça, cresce espontaneamente por toda a zona mediterrânica, sendo conhecidas inúmeras variedades da acelga. É uma planta herbácea bienal cultivada como anual, com folhas grandes, verde-claras e com nervuras avermelhadas. As hastes (chamadas de almofadas) são de cor branca, amarela ou vermelha, dependendo da variedade.
A acelga é ainda um dos alimentos mais completos para a nutrição humana. Embora a planta esteja disponível ao longo de todo o ano, a sua temporada vai de Junho a Agosto, e é nesta altura que existe em maior abundância e possui os melhores valores nutricionais.
Pode comer-se toda a planta, incluindo folhas e caules, se colhidas quando elas são pequenas (a menos de 20 centímetros), mas se se deixar crescer é melhor descartar o talo pois ele tende a tornar-se amargo. Cozinha-se como o espinafre. As plantas mais jovens podem ser comidas crus em saladas.
É um vegetal muito apreciado, uma vez que fornece vitaminas, fibras, ácido fólico e minerais com alto teor de água (48%). As folhas exteriores, que muitas vezes são as mais verdes, são aqueles que contêm mais vitaminas.
Usam-se como o espinafre em sopas, cruas em saladas ou em pizzas, e o meu prato preferido é a acelga cozinhada como migas. 


Benefícios: 
  • Promove a saúde dos Ossos
  • Fonte de vitamina A
  • Promove a saúde pulmonar
  • Fonte de vitamina C
  • Promove a saúde cardiovascular devido ao Potássio
  • Ferro para a energia
  • Atrasa a perda de função cerebral


Acelga - Zambujal

Acelga - S. Sebastião
pormenor da folha

01 novembro 2011

Dia do Bolinho (Dia de Todos os Santos)


É milenária a origem das comemorações do dia 1 de Novembro, designado pela Igreja Católica como o “Dia de Todos os Santos”.

Ainda hoje em muitas localidades com maior incidência nas aldeias de Portugal, é um hábito do povo, comemorar duma forma curiosa e genuína este dia feriado.

Na tradição popular o Dia de Todos os Santos é conhecido pelo “Dia do Bolinho” ou “Pão de Deus” conforme os usos e costumes de região para região.

Logo pela manhã, as crianças em pequenos grupos com as suas saquinhas de pano, andam de porta em porta por ruas e vielas, repetindo com entusiasmo e alegria o tradicional pregão “ Ó tia! dá bolinho?”. É interessante saber-se que, principalmente nos meios rurais, há pessoas que levam muito a rigor esta tradição e dedicam-se à confecção de bolinhos aos quais adicionam à sua massa, a noz, as passas de uva e o pinhão (frutos secos da época) para que neste dia, possam presentear os seus familiares, amigos e todas as crianças que alegremente vão batendo a todas as portas.

Todavia, o Dia de Todos os Santos, encerra em si um outro significado. Para os católicos no dia 1 de Novembro é hábito a ida ao cemitério e aí depositarem flores nas campas dos seus familiares e amigos, já que no dia 2 de Novembro é o Dia de Finados e desta forma desejam prestar-lhes a sua homenagem com saudade.

Há cerca de dois mil anos na região actual da Irlanda, Reino Unido e França, os celtas comemoravam o ano novo no dia 1 de Novembro.

Estes hábitos têm uma reminiscência que se reporta às origens do Halloween, (véspera do “Dia de Todos os Santos”), uma das festas mais populares da América. Para os celtas era o fim do Verão e o início do Outono, a altura das colheitas, avizinhando-se o Inverno que trazia a escuridão com dias frios e de tempestades e consequentemente muitas mortes. Por esta razão, os sacerdotes Druidas instituíram o dia 31 de Outubro como o “Samhain” ou o “Dia das Almas”, que celebrava a abertura da passagem entre a vida e a morte e onde reinava o espírito duma prática fantasmagórica imbuída pela crença céltica.

A influência do Cristianismo espalhou-se pelas terras celtas e no inicio do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como “Dia de Todos os Santos” e consequentemente a noite de 31 de Outubro passou a ser chamada de “Noite de Todos os Santos” e assim se alterou um panorama que a Igreja Católica considerava de cariz profano.

É neste dia 1 de Novembro que a Igreja Católica celebra e dedica este dia a todos os Santos e Mártires que existiram em todo o Mundo, atribuindo-lhe um cariz simbólico e altamente religioso!

30 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Castanhas e Castanheiro

Continuamos com as àrvores e frutos de Outono.
O frio já chegou e finalmente sente-se o cheiro das lareiras acessas, e em Ourém já se vê a senhora das castanhas assadas que timidamente apregoa: "boas e quentes".
pensa-se que o castanheiro surge na Península Ibérica por mão dos romanos.
O fruto desta árvore, a castanha, acompanha o Homem desde a pré-história, por ser um alimento muito rico, que hoje é substituível pela batata.
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro). Mas, embora seja uma semente como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido (um hidrato de carbono), o que lhe dá outras possibilidades de uso na alimentação. As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte potássio.
As castanhas são comidas assadas ou cozidas com erva-doce. Mas, antes de cozinhadas, deve-se retalhar a casca. Como se pode ver no quadro, têm bastante água e, quando são aquecidas, essa água passa a vapor. A pressão do vapor vai aumentando e "empurrando" a casca e, se esta não tiver levado um golpe, a castanha pode explodir.
A castanha tem ainda aplicações na medicina; as folhas, a casca, as flores e o fruto têm sido utilizados devido às suas propriedades curativas e profiláticas, adstringentes, sedativas, tónicas, vitamínicas, remineralizantes e estomáquicas.
Pelo seu valor nutritivo e energético, era utiliza outrora em vários estados de mal-estar e doença. É também tónica, estimulante cerebral e sexual, anti-anémica (castanha crua), anticéptica e revitalizante. Para afinar as cordas vocais e debelar a faringite e a tosse nada melhor do que gargarejos com infusão de folhas de castanheiro ou de ouriços.
 

Castanheiro do Tio Ramiro em Pinhel

pormenor de folhas e ouriços

ouriço aberto com as castanhas

23 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Medronheiro e medronhos



Estamos na melhor época para preencher o nosso blogue com as frutas de Outono. O ano de 2011 parece ter apanhado gosto pelo Verão e não o queria largar por nada! Mas hoje, creio que temos um verdadeiro dia de Outono e, para contrariar, venho dar um pouco de cor a este herbário com os medronhos.
O medronheiro é um arbusto ou pequena árvore de folha persistente. Esta árvore pode atingir os 8 a 10 m de altura, embora digam que, normalmente, não passa dos 5 metros. O medronheiro possui copa arredondada, dotada de um tronco coberto por uma casca castanha ou vermelha, fissurada que se desprende nas árvores já mais antigas.
As suas folhas são muito parecidas com as do loureiro (um pouco mais arredondadas) e medem entre 4 a 11 cm de comprimento. As folhas apresentam uma cor cinzento - esverdeadas e facilmente se reconhecem por serem tão brilhantes e enceradas. A parte superior da folha é mais escura e a inferior mais pálida.
As flores são brancas com toques cor de rosa, são flores pequenas que surgem no Outono em cachos pendentes de até 20 flores, entre os frutos do ano anterior.
Os frutos  são uma baga  redonda e verrugosa com aproximadamente 3 cm de diâmetro.   Os seus frutos surgem nos raminhos verdes dando cor à árvore, uma vez que nascem amarelos e progressivamente vão  tornando-se vermelhos.
O Medronheiro desenvolve - se nos bosques, no mato e nas regiões rochosas, principalmente em solos ácidos, da Península Ibérica à Turquia.

Na nossa freguesia esta cultiva - se como árvore de fruto e como árvore ornamental, já que quando está carregadinha de frutos e flores é uma árvore muito bonita.
Além de ser usual o emprego da rama nos arranjos de mesa dos casamentos tradicionalmente realizados em casa ou nos salões de festas,  há ainda quem utilize o fruto para fazer licores, aguardentes, compotas e conservas. 

Curiosidade engraçada: O medronho amadurece na mesma altura em que o medronheiro esta a dar flor. Logo é possível ver flor e fruto em simultâneo no medronheiro, sendo que a flor presente é a que irá dar fruto após 10 meses (tempo de amadurecimento). Sem dúvida que é curioso estar a apanhar medronhos e poder ver as flores que irão dar fruto no ano seguinte.


Atenção: Os medronhos são também famosos pela capacidade de provocar embriaguez e dor de cabeça a quem consome muitos, uma vez que quando maduros, possuem uma certa quantidade de álcool, que fermenta posteriormente no estômago, introduzindo níveis de álcool no sangue.


Medronho no meu jardim
pormenor da flor

medronhos verdes e um maduro

medronhos  prontos a comer

16 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Nozes e Nogueiras

E porque as Feiras de Santa Iria já andam por aí a anunciar a proximidade do Dia de Todos os Santos, vulgarmente chamado (na nossa terra) de Dia do Bolinho, há que cuidar um pouco do cultivo dos frutos secos na nossa Freguesia.
Na casa da minha avó, aprendi a amassar bolinhos, cuja base era a massa do pão, à qual acrescentávamos o que havia em casa. No nosso caso, juntava-mos ovos, açúcar, raspa de limão,canela e erva-doce, aguardente, uva-passa, pinhões e nozes.
Já abordámos aqui a questão das uvas, e por isso venho aqui hoje falar das nozes e das nogueiras.
Há muitas casas particulares que têm pela freguesia uma ou duas nogueiras, mas comecei a reparar que há quem tenha também um ou outro nogueiral. Estas árvores são plantadas com o objectivo de obtenção do fruto, a noz. A grande particularidade das nogueiras é adaptarem-se a uma grande diversidade se solos.
Quanto ao fruto, a noz, é aplicada na alimentação mediterrânica, e apesar de por cá ser mais frequente o seu consumo como aperitivo ou em bolos, as nozes ligam muito bem em saladas de agrião, ou de alface com rodelas de laranja, etc. Além disto, a noz é beneficial porque contém  um aminoácido usado pelo corpo para produzir o óxido nítrico, ajudando a dissolver gorduras más do  organismo. O alimento contém ainda antioxidantes e ácido alfa-linolênico, uma substância à base de plantas com propriedades beneficiais à saúde.
  Recomenda-se o consumo diário de 28gr de nozes por dia.



Nogueiral das Galegas

Pormenor da noz na nogueira

noz limpa

noz aberta e o quebra-nozes que o meu avô ensinou a usar

Tádega


Esta planta da família Asteraceae dá pelo nome científico de Dittrichia viscosa (L.) Greuter (sin. Inula viscosa (L.) Aiton e Cupularia viscosa (L.) Gren. & Godr.).
É uma planta comum em toda a Região Mediterrânica, donde é originária, mas foi também introduzida nos Estados Unidos, onde é considerada como planta invasora.
Em Portugal é conhecida pelas designações comuns de Táveda-de-folhas-estreitas, Táveda-de-folhas-de-charuto, Tádega e Tágueda, além de outras.
É uma planta muito resistente à secura do Verão, florescendo de Junho a Outubro e nesta altura, em que a maior parte das plantas herbáceas já terminou o seu ciclo anual e ainda não se iniciou um novo, ainda ela tinge, com o amarelo das suas flores, muitos terrenos incultos e a beira dos caminhos em grande parte do território de Portugal Continental.

09 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Azeitona e Oliveiras

azeitonas

pequeno olival à entrada de Pinhel - clicar na imagem para ampliar

A azeitona já está preta!
Já se pode armar aos tordos.
Diz-me lá ó cara linda,
Como vais de Amores novos?

É mentira, é mentira,
É mentira sim senhor!
Eu nunca pedi um beijo!
Quem me deu foi meu amor!

02 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Agrião bravo

Num dos vários passeios que fazemos pela freguesia, encontrámos o agrião bravo em flor.
Todas as fontes, ribeiros ou zonas de água, costumam ter agrião por cá.
A sua utilização a nível Gastronómico é comum em sopas, saladas e mesmo em bolos (o mais conhecido é o Charrque).
O agrião é ainda um excelente anestésico local, descongestionante do baço, digestivo, excitante hepático... 
É ainda indicado para quem sofre de aftas, problemas de bexiga, dores de dentes ou gengivas e também da garganta.


Pormenor de Agriões