25 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Ruscus aculeatus

Porque hoje é Natal, trago-vos a imagem do Ruscus aculeatus, vulgarmente conhecido como Gilbardeira. Esta planta, que nos relembra automaticamente o Natal ,pela sua cor e forma, está presente nas florestas da nossa freguesia, em especial as que são compostas por sobreiros ou azinhas, e é comum ver, nas casas, jarras com esta planta, em forma de ornato,nesta época do ano. Este pequeno arbusto é ainda conhecido como Gilbarbeira, Azevinho-menor, Rusco, Pica-rato ou Erva-dos-vasculhos.
Esta planta tem um grande interesse medicinal devido às propriedades do seu rizoma, porém, as bagas da gilbardeira não devem ser consumidas, pois podem provocar vómitos, diarreias e convulsões.


Gilbardeira - Cubo

pormenor



Em nome de todos os colaboradores, o blogue Atouguia Sempre deseja, a todos os leitores, votos de um Feliz Natal, em família e com tradição. Aproveitamos para desejar um Novo Ano de esperança.
 

18 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Carvalho

Os passeios desta semana fizeram com que a nossa atenção se debruçasse sobre as várias travessas e ruas na nossa Freguesia que têm como nome Carvalhal. 
O Carvalho é o nome comum para designar algumas das várias espécies de árvores do género Quercus. Estas árvores de grande porte dão o fruto que conhecemos pelo nome bolota.
Também chamada de glande, a bolota é um fruto seco. Contém uma semente no seu interior. Esta é formada por pericarpo – tegumento castanho envolvendo o embrião – formado por cotilédones, radícula e caulículo finalizado por uma gémula.
Cotilédones, carregados de amido, são nutritivas e usadas pela planta como reservas, para desenvolver a radícula e a gémula, especialmente se a glande estiver em solo húmido e num ambiente iluminado. A radícula sai da extremidade da glande, enterrando-se no solo. O caulículo dirige-se para cima e a gémula origina um novo caule. Como os cotilédones ficam no chão, esta germinação é hipógea. A planta pode ainda continuar agarrada à glande durante dois anos, esgotando as reservas. A raiz ramifica-se, formando um gavião (raiz principal) que originará as raízes secundárias, assegurando uma boa fixação e absorção de nutrientes. Esta é ampliada pela simbiose entre o carvalho e filamentos (hifas) de fungos – formando micorrizas. O caule desenvolve-se no ar, alonga-se, ramifica-se (devido ao abrolhamento dos gomos terminais e axilares) e engrossa, formando um vigoroso tronco (de vinte a vinte e cinco metros de altura) com uma poderosa copa no topo. O diâmetro do tronco (que pode atingir até sete metros) é consequência da junção de dois meristemas laterais: câmbio (entre a parte lenhosa e a parte liberina, que contribui para o crescimento interno, formando lenho; para o lado externo forma líber secundário) e câmbio suberoso (casca ou zona cortical). Daí o aparecimento de círculos concênctricos.
A armadura lenhosa e sólida constitui a madeira secundária que suporta a árvore. Nalguns climas o desenvolvimento interrompe-se no Inverno; explode na Primavera e diminui no Verão e Outono. O câmbio suberoso é responsável pelas formações secundárias, como a cortiça. As camadas periféricas (líber e cortiça, por exemplo) são a casca, que se divide, distende e fendilham devido às pressões interiores, à medida que envelhece.
O seu crescimento é lento, prolongando-se por algumas centenas de anos.
É uma árvore de folha caduca e passa por repouso durante o Inverno. Com o regresso da Primavera vêm novas folhas e desenvolvimento (contudo, outras espécies da família do carvalho têm as folhas persistentes, como os sobreiros). Aos quarenta anos inicia a sua floração, repetindo todos os anos. Tem muitas flores masculinas e femininas, todas diminutas e esverdeadas. Cada flor feminina pode originar uma glande.
Contudo, ao fim de longos anos, deixa de crescer e prossegue com pequenas florações e frutificações de sementes. Aproxima-se o seu fim. As raízes deixam de absorver o necessário ao seu crescimento e manutenção; a copa não expõe grande parte das folhas ao sol e o tronco não pode suportar cargas cada vez maiores. Pior alimentada, é alvo de fungos e outras infestações que a debilitam, perfurando-lhe o tronco, transformando-o em celulose sem resistência. Acaba por tombar, vencido pelos anos.




11 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Romãs e Romãzeira

Durante a procura de temas para as "Terras de Oureana",  encontrámos uma romãzeira digna de ser partilhada. Desta vez, num extremo do Zambujal, encontrámos o Zé Broa que nos abriu as portas e fez questão dar a conhecer a sua belíssima árvore de fruto e de provar esta fruta digna dos deuses, abençoada por estas terras de Oureana.
Originária da Ásia, esta árvore tem tradição milenar. São inúmeras as lendas associadas ao fruto, que aparece também na bíblia ligado sempre à sua simbologia relacionada com a fecundidade.
Além de planta frutífera, a romãzeira é muitas vezes plantada apenas como árvore ornamental, e é por isso que esta planta tem vindo a fazer parte dos quintais ou jardins por toda a Freguesia.

Esta planta e fruto oferecem-nos inúmeros benefícios.
A romã é rica em vitamina A, que ajuda a manter a pele bonita e saudável e ajuda a visão. Também é rica em vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6), que auxiliam a circulação, aumentam a resistência às infecções, facilitam a eliminação de líquidos, previnem o stress. Contém também pequenas fracções de ferro e cálcio.
 É ideal para acalmar cólicas e diarreia, inflamações da boca e amigdalites (a partir de uma infusão com a casca seca da romã), abcessos, ténias ou mesmo na prevenção das varizes.






04 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Laranjas

Em pleno Outono, o cheiro a Inverno aproxima-se. Com o tempo frio, além da bela lareira, apreciam-se as frutas de época.
O passeio de hoje mostrou-nos um colorido diferente nas paisagens da nossa freguesia. Pela Atouguia podemos ver laranjeiras, em quase todos os quintais, carregadas de fruto, acrescentando, ao verde característico das terras nesta altura, a cor de laranja, que curiosamente deriva directamente da cor deste fruto.
A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas "portuguesas" em vários países, especialmente nas Bálcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialectos italianos.
Na nossa freguesia é comum ver a chamada laranja-da-bahia. Esta variante do fruto que conhecemos, surge de uma mutação feita pelos portugueses no Brasil. A principal característica destas laranjas é terem menos grainhas e terem um floreado de gomos internos mais pequenos, visiveis na composição exterior da casca, que apresenta na parte posterior um pequeno floreado.
A laranja além de rica em vitamina C, contám por cada 100gr os seguintes valores nutricionais:
  • Calorias - 65kcal
  • Proteínas - 0,6g
  • Gorduras - 1g
  • Vitamina A - 195 U.l.
  • Vitamina B1- 135 µg
  • Vitamina B2 - 150 µg
  • Vitamina B3 - 0,25 mg
  • Vitamina C - 48 mg
  • Cálcio - 45 mg
  • Potássio - 36 mg
  • Fósforo - 21 mg
  • Sódio - 13 mg
  • Enxofre - 11 mg
  • Magnésio - 8 mg
  • Cloro - 2 mg
  • Silício - 0,45 mg
  • Ferro - 0,2 mg
Laranjeira - Atouguia

pormenor

pequeno laranjal na Atouguia