28 agosto 2011

Herbário da Nossa Terra - figos pingo de mel

Hoje a planta que vos apresento vem com água no bico.
É das primeiras plantas a ser referida na Bíblia, pois foi com suas folhas que Adão se "vestiu", após ter tomado consciência de que estava nu.
O figo comestível era cultivado em todas as civilizações do Mediterrâneo na antiguidade, incluindo os povos egípcios, judeus, gregos e romanos. O figo comestível tinha a vantagem de poder ser secado e se manter adequado à alimentação durante meses. Ai que a Feira de Santa Iria está quase aí!
Os frutos da figueira, mais deliciosos e talvez mais comuns na nossa região, são os chamados figos pingo de mel. Esta denominação vem porque quando o fruto está maduro, apresenta uma gotinha viscosa como o mel na extremidade do figo. Estes apresentam casca de cor verde e o seu interior vai da cor rosada à cor creme.
Eu cá, já me deliciei a fazer estas fotografias, e espero que apreciem e partilhem connosco histórias de figos e figueiras.




Figueira em Pinhel e pormenor dos seus frutos

21 agosto 2011

Herbário da Nossa Terra - Buganvílias

Desde que deixei Lisboa, o que me tem marcado mais em termo de saudades, são as cores e cheiros das plantas que, apesar de ser cidade, por lá existem e cá não. No caminho que fazia para a faculdade, era raro não passar por um restaurante em frente à Marinha, cuja fachada estava completamente adornada por esta planta magnifica que nos atrai devido às cores sublimes que das suas espécies. Desde a fúchia, ao roxo, ao laranja e mesmo as branquinhas que parecem véus suspensos nas varandas em S. Bento.
Talvez esta saudade me faça olhar mais para o meio ao qual voltei. Pela a Atouguia "a cima" são imensas as flores que se vêm nos jardins e mesmo quintais. Poderia escolher qualquer uma, mas a escolha recaiu para a buganvília que, quase posso dizer, me viu crescer. Fica aqui em Pinhel, e acredito que imensa gente passa por ela diariamente, sem sempre notar a sua beleza.
Apesar de não ser uma planta de origem mediterrânea, ela dá-se muito bem no nosso clima. Trata-se de uma trepadeira já muito comum em território nacional, sendo a cor roxo mais predominante. As folhas coloridas são agrupadas em 3 e em forma de coração, protegendo a verdadeira flor que emerge no topo de um pequeno tubo, sendo a sua cor amarela ou branca.


07 agosto 2011

Gente da nossa terra

No Domingo passado partilhei no nosso herbário o Louro.
Estava um pouco esperançosa que os nossos leitores partilhassem o nome de pessoas ilustres da nossa freguesia.
Como tal não aconteceu, venho hoje homenagear um senhor da Atouguia, a quem sempre achei piada, até porque tem algumas semelhanças com o meu avô. Trata-se do Sr. Agostinho.
Há quem lhe chame Santo Agostinho da Atouguia. Santo ou não, foi pastor, foi acólito, trabalhou da terra até poder, e nas ultimas festas da Atouguia, fez questão de pousar para a fotografia, pois já que a menina fotografava os andores, também Agostinho era merecedor de atenção.
Elegante, mas pouco falador, o seu pezinho sempre no ritmo da música, deixava claro que, em tempos longínquos, fora um grande dançarino...


Herbário da Nossa Terra - Foeniculum vulgare, L.

fotografia no Talho do Junco em Pinhel

fotografia do  pormenor da flor, Talho do Junco em Pinhel
Esta planta é conhecida pela generalidadedas pessoas principalmente por ser bastante frequente na nossa freguesia, mas também pelas utilizações que tem. É originária da zona mediterrânica de onde se expandiu para o resto da Europa, estando presente em clareiras, beiras de caminhos, perto de povoações e até mesmo perto do mar.

No que toca ao seu aroma paladar, é inevitável a semelhança com o anis. No entanto, existem diversas variedades de funcho, desde as mais doces às mais amargas, havendo ainda o aneto, largamente confundido com o funcho apesar de ser uma espécie distinta.

Morfologicamente, pode-se caracterizar o funcho como uma grande umbelífera (designação que é devida à forma que as suas flores assumem) que pode atingir alturas acima de 2metros em muitos casos. Possui folhas largas, compridas e moles, e sementes fusiformes que geralmente aparecem no Verão e que possuem um cheiro muito intenso.
Medicinalmente, podem-se utilizar as suas folhas, raíz, e principalmente as sementes devido a um composto, o anetol, que aí existe em maior quantidade. Possui propriedades digestivas, antiespasmódicas, expectorante, aperitivo, diurético, galactogo e carminativo. Em infusão, encontrei algumas infirmações que referem a raíz como sendo bom para o alívio de cólicas e diarreias, e as folhas no tratamento de bronquites.
Segundo algumas referências, o seu uso na alimentação já foi mais comum do que é hoje em dia, tendo sido usado em cozinhados com feijão e grão por exemplo. Hoje em dia o seu papel na alimentação não é tão relevante, sendo que na maior parte dos casos já só é usado para aromatizar castanhas, azeitonas e alguns pratos de peixe.

01 agosto 2011

Herbário da Nossa Terra - Laurus nobilis

Diria que não há casa nesta freguesia que não tenha um loureiro no jardim ou mesmo no quintal. A minha avó tinha o seu loureiro majestoso mesmo a beira do portão, e sempre que era necessário louro para condimentar os alimentos, quase que só tinhamos de esticar a mão. Mais do que uma planta comum no nosso concelho, as suas folhas são quase indispensáveis na nossa gastronomia... que, por vezes me parece estar a ser perdida!
Esta planta é também simbólica de feitos heroicos, sendo que desde a Grécia Antiga os heróis eram homenageados com uma coroa de louros....
Será que os heróis da nossa freguesia são tantos como a quantidade de loureiros que por aí se vêem?

loureiro da minha avó

pormenor do loureiro